A cantora Lady Gaga lançou na madrugada desta sexta-feira (25) uma nova versão para o seu sucesso "Born this way". Intitulada "Born this way (the country road version)", a faixa substitui os teclados e batidas eletrônicas por guitarra, violão e até gaita
Nesta semana, Gaga convocou jovens malaios a protestar contra a censura de sua nova música nas rádios do país. "Born this way" é executada nas emissoras com trechos da letra excluídos.
Ruídos são inseridos no meio da música em partes como "não importa se sou lésbica gay, hetero ou bi, transgêneros/eu estou em no caminho certo da vida, querida".
Clicar e Ouvir =)
25 de mar. de 2011
- Solto. Agora diz. O que quer tanto de mim?
- Eu de você – Fernanda olhou Priscilla de cima a baixo – De você eu não quero nada meu bem.
- Como se você fosse tudo isso também.
- Não. Me diz que você não ficaria comigo?
- Fernanda. Beleza não é tudo meu bem.
- Então quer dizer que eu sou bonita?
- Feia não é. Mas é fútil e preconceituosa.
- Preconceituosa eu?
- Não minha mãe. Lógico que é.
Fernanda parecia que refletiu com o que Priscilla lhe falou sobre se preconceituosa e tento meio que se defender em uma tentativa frustrada.
- Eu só não gosto. Qual o problema?
- De não gostar? Nenhum. O problema está no momento em que você começa com a falta de respeito e piadinhas preconceituosas. Eu também não gosto de muitas coisas, e nem por isso mexo ou humilho.
- E quando eu fiz isso com você?
- Quer mesmo que eu responda?
- Diz Priscilla.
- Eu tentando te ajudar naquele dia. Você ao menos se tocou nas coisas que me disse?
Por alguns outros instantes, Fernanda se calou em quanto olhava fixamente para os lábios de Priscilla que soltava mil e uma palavras ao mesmo tempo, que junto com a visão de Fernanda estava confundindo tudo.
- Quer parar de me olhar com essa cara garota.
- Desculpa. Desculpa mesmo. Ofender-te foi a pior coisa que eu já fiz.
- Eu devo ter exagerado garota. Não precisa ficar com essa cara. Acho que não é uma boa idéia mantermos algum tipo de vinculo, faremos assim, falaremos o indispensável. As idéias são muito divergentes uma das outras.
- Ok. O que você achar melhor.
Do seu momento elétrico para uma tranqüilidade e abatimento se explicações. Fernanda só escutava.
- Então? Quer me perguntar mais alguma coisa?
- Achou melhor você ir Priscilla. Acho melhor que vá.
- Você está bem Fernanda?
- Não sei. Mas vou ficar. Vai!
....
Jeniffer era do tipo de mulher escultural. Tudo em Jeniffer chamava a atenção e seu interesse por Priscilla uma hora parecia amor, outra parecia obsessão. Jeniffer nunca deixou que Priscilla soubesse, porém, ela já deu conta de acabar com algum dos casos de Priscilla. A esperança era que no final ela tivesse Priscilla só para ela. Por sua vez Priscilla não gosta de romances... Não tinha como ela ser de uma pessoa só.
Antes que Priscilla terminasse de explicar qualquer coisa, o celular tocou. Do outro lado da linha estava Jeniffer, um dos affair’s de Priscilla. Como era uma menina que não costumava se prender a nada e nem a ninguém, não ligava muito para dar explicações sobre sua vida ou que fazia dela.
No cel:
- Ei amor, onde você está? Você não disse que não demoraria em chegar aqui?
- Houve um imprevisto Jeniffer.
- Que imprevisto Priscilla? Eu te conheço.
- Se você quiser acredita, se não pega as suas coisas e volta para sua casa.
- Calma. Amor eu te espero aqui na sua casa, lembra o que combinamos de fazer? Heim.. Heim.
- Tanto faz. Agora eu não sei se quero mais encontrar você hoje...
Enquanto isso Fernanda estava atenta a conversa das duas e com a chave da moto na mão. Por estar distraída Priscilla foi se aproximando como quem estivesse falando no celular despreocupada com a vida. E em um minuto de distração profunda de Fernanda, agarrou como em um bote a chave da não de Fernanda. Ela se assustou e deu um grito. Do outro lado da linha só se ouvia Jeniffer gritando para saber que voz de mulher era aquela que estava escutando.
- Priscilla sua canalha. Diz-me logo quem é essa daí. Arrumou onde?
- Dá um tempo Jeniffer. Não estou afim de showzinho hoje.
- Diz onde você está que eu vou ai. Diz agora.
- Primeiro você não é minha dona e nem nada minha não lhe devo qualquer satisfação. Agora para com o drama, to indo para casa. Se for pra me atormentar vai embora.
- Não. Não. Vou te esperar aqui.
- Ok.
Fernanda ainda com cara de espanto olhando para Priscilla que ainda não havia soltado o punho dela ficou sem entender nada do que ocorria ali.
- É assim que você fala com a sua namorada? É assim que você trata uma mulher?
- Que parte da conversa você não ouviu direito? Ela não é minha namorada.
- Mesmo assim. Você é pior que muito homem que eu conheço.
- O que você conhece não são bem “homens”. E acho que minha vida não diz respeito a você e nem a ninguém.
- Não mesmo. Adeus!
- Adeus uma ova.
Priscilla que ainda segurava o braço de Fernanda saiu arrastando ela para lado da pista de skate da praça, que por sinal ficava deserta naquele horário. Sem deixar que ela reclama-se ou corresse saiu falando..
- Você não arrumou essa droga de tumulto todo por que queria falar comigo. Agora você vai falar.
- Me solta.
- Garota. Você é louca ou o que?
- Para começar me solta.
- De novo isso? Odeio sensação de deja vu.
- Do que está falando?
- Nada, deixa pra lá.
- Não pedi sua ajuda. Ou pedi?
- Não. Eu que sou idiota mesmo.
- Não. Desculpa. Espera.
- Já ouvi isso também, o que você quer agora?
- Conversar, pode ser?
- Fernanda. Não é boa idéia.
- E porque não? Priscilla?
- Eu tenho que ir.
Priscilla saiu sem dar nem uma palavra por explicação, montou em sua moto e se preparou para arrancar. Quando Fernanda pula na frente e monta em sua garupa.
- O que você está fazendo agora garota. Você está louca ou o que?
- Lembra do lugar que você me deixou ontem? Naquela praça?
- Sei onde é. E o que tem?
- Me dá uma carona até lá Priscilla.
- Ta achando que isso aqui é moto táxi garota.
- Vai logo e para de reclamar, você disse que depois conversávamos e você me contaria o que eu queria saber. Anda.
Fernanda nunca havia sido tão impulsiva na vida. Parece que estar perto de Priscilla a transformava, de certa maneira incompreendida.
Priscilla nem um pouco contente com aquilo a levou na tal praça. O problema era que como sempre Priscilla estava com pressa, a vida dela não podia parar por conta de uma maluca que do nada resolverá que queria falar com ela. A caminho da tal praça, cada vez que Fernanda tentava se comunicar, Priscilla colava o punho e acelerava cada vez mais a moto. Por fim parece que Fernanda entendeu que ela não estava ali de bom agrado. Ao chegar na tal Praça Priscilla foi logo fazendo a volta com a moto, mas sem esperar Fernanda arrancou a chave e começou a caminhar para trás.
- Não me faz ir buscar a chave.
- Ou então o que? Vai me aplicar um golpe de Karate?
- 1º Não é Karate e sim Jiu-Jitsu. Outra eu não bateria em você, quero a chave logo.
- Tanto faz o que você luta. Não me bateria por quê? Está apaixonada por mim?
- Olha só colega, eu mal te conheço direito. Essa brincadeira de menina mimada já me cansou. E não é por que eu sou lésbica que eu me apaixono por todas. Não pense que você é tão importante por que talvez nem seja.
- Não precisa ser grosseira.
- E você não precisa bancar a criança. Afinal por que está fazendo isso?
- Você disse que falaria comigo. Então vamos conversar.
- E por isso todo esse circo? Eu converso com você outro dia, agora eu tenho mesmo que ir por que...
- Era para ser meio que rotativo, mas já que me perguntou eu lhe respondo com outra pergunta. A senhorita nunca passou por uma situação que desejasse saber algum tipo de alto defesa?
Priscilla parecia adivinhar que Fernanda queria saber tudo sobre ela e ao mesmo tempo complicar-la. Como Priscilla nunca foi boba virou o jogo em dois tempos.
- Chama só de Fernanda, por favor. Nunca passei por isso.
- Engraçado Fernanda. Deixe-me contar um caso rápido para vocês. Eu estava em uma boate que eu costumo freqüentar, logo aconteceram algumas coisas e resolvi ir embora. Quando fui buscar minha moto, tinham um grupo de “pessoas” cercando uma menina que chorava no canto sentada. Eu perguntei o que tinha acontecido me lembro até que ela foi meio grosseira comigo. Eu pedi para que fossem embora. E no final acabei dando carona para menina que estava ali perdida. Em suma, se eu não estivesse por perto provavelmente tentariam alguma coisa, se afastaram por que me conhecem. Todos necessitam saber nos defender quando for preciso. Mesmo que seja nos defender contra a fome, a falta de cultura, a falta de conhecimento sobre outros “meios de vida.”
- Eu concordo em termos, mas como você..
- Só um minuto Fernanda. Eu termino de explicar e depois você me pergunta o que quiser. Um dos projetos será realizar...
Priscilla explicou como tudo funcionaria, nos mínimos detalhes e todos eles pareciam agradar.
“O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós.”
Clarice Lispector
....
Fernanda parecia procurar desesperadamente por Priscilla, ela sentiu que algumas das palavras dela tinham sido para que a afetassem.
- O que você achou de tudo isso? Fernanda?
- Ham. Verde amiga, o verde é legal.
- Que verde Fernanda? To falando da Priscilla?
- E o que tem ela?
- Ela tem tudo isso. E os olhos de um iguana. E três narizes.
- Eu já estou prestando atenção Bruna.
- Enfim né. O que achou?
- Que ela de burra não tem é nada, tão pouco da metade das coisas que você disse.
- É o que o povo me passou.
- Eu sei.. Bruna.
Fernanda estava acostumada com o namoradinho buscando e levando ela para casa, quase nunca dirigia, sempre teve ele de motorista. Depois de tudo que aconteceu e ainda bater de frente com Priscilla, ela parecia atordoada e seguia pelo meio da pista sem se tocar em nada em sua volta. Priscilla a viu andando pela pista e Fernanda não se tocava quanto aos carros. Priscilla saiu correndo e puxou Fernanda pelo braço antes que ela fosse jogada pro alto por um ônibus que passava.
Aquela apresentação foi um indireta/direta para Fernanda, a maior parte do tempo Priscilla se dirigia aos alunos olhando para Fernanda.
- Bem, eu estou percorrendo as salas da faculdade para convidá-los a participarem do campeonato que estou organizando e será realizado na dependência da faculdade. É para ajudar no desenvolvimento de um projeto social dentro da mesma. Este projeto tem como objetivo educar crianças e fazer que suas vidas sejam um pouco menos cruéis, mostrando a elas que o esporte é sempre uma das opções validas. Como eu não sou muito de falar, vou deixar aberto para perguntas, porém só na quadra poli esportiva, haverá uma mistura dos cursos, enquanto invadem a quadra do pessoal do ED.F. Espero todos lá ao intervalo que será dado aos cursos para a apresentação do projeto.
Priscilla não quis falar tudo ali, e nem atrapalhar a aula do professor, se retirou e foi arrumar tudo para a apresentação do projeto. Minutos depois a quadra estava completamente lotada, os alunos de ciências sociais e serviço social estavam presentes, o pessoal do Ed. F em peso, a maior parte de muitos cursos.
- Por favor, gente. Vamos ficar calmos, isso não vai demorar.
- Dona Valeria cadê a menina?
- a senhorita Priscilla já está a caminho, foi solicitada a presença dela na diretoria.
- Papai vai bater nela... kkk
Minutos depois Priscilla aparece na quadra, os olhares curiosos especialmente o de Fernanda se encontram com ela. Priscilla pegou o microfone e abriu o pequeno debate/apresentação.
- É simples. Eu não gosto muito de falar e você não vão querer ficar me ouvindo então vão circular alguns microfones e vocês me fazem perguntas sobre o assunto e eu explico enquanto respondo.
Todos pareciam entender a idéia simples e pratica para adiantar o serviço, mas nem todos foram ali para perguntar somente sobre o projeto. Alguns estavam pela curiosidade. A vontade de saber sobre a “herdeira misteriosa”.
- Perguntas?
- Priscilla, qual é o nome do projeto e em que se baseia?
- Ótima pergunta. Bom chama-se: eu luto pela vida. É um projeto social que tem como foco as artes marciais para crianças, jovens e adultos. E também irá se focar em outras áreas. Porém o esporte será verdadeiramente o foco. Outra pergunta?
- Priscilla. Sou o Breno. Você tem telefone?
- Ótimo Breno. Tenho sim, mas caras como você com certeza não ganhariam o número e nem ao menos a minha atenção. É serio pessoal. Tenho alguns projetos, vamos a esse primeiro depois falamos com descontração.
- Priscilla?
- Sim. Quem e aonde?
- Aqui. Satisfação, Fernanda Victoria.
- Fernanda Victoria né. Pergunte-me Fernanda.
- Quais são os projetos que tem em mente e por que logo você resolveu organiza-los?
- Provavelmente você não sabe. Mas sou faixa preta de Jiu-Jitsu e treino algumas outras artes marciais. Eu já dou aula a um bom tempo e sempre tive projeto social. Como tenho a certeza que alguns aqui comentam, eu nunca fui muito ligada com a universidade da minha família, mesmo sabendo que ela é uma das melhores do país. Eu recebi em casa um orçamento e uma aprovação de um pedido que eu tinha feito junto à secretaria de esportes e a ffjrio onde foi aprovado meu projeto, como o nível do projeto cresceu e a família já queria realizar algo do tipo eu sentei e resolvi que seria aqui.
- Ta. Mas o que violência ia ensinar as crianças? Só a serem mais violentas.
- Senhorita... Fernanda né?
- Isso.
Bruna era o tipo de menina que costuma tomar conta da vida dos outros, historias ela sabia de todos. Verdadeiras? Quem sabe meia dúzia delas.
Alguns minutos depois na turma de engenharia civil...
- Como eu já vinha dizendo... Senhores. Por favor, atenção aqui.
Os cochichos aumentaram em uma proporção extraordinária. Era Priscilla que estava do corredor ao observar aquela sala, até o dito momento Fernanda nem havia reparado nela.
- Ata, entendi o motivo desses cochichos. Então o problema é aquela senhorita que está ali no corredor?
Senhor Cláudio Fonseca era um dos professores da Universidade e ao mesmo tempo sem os alunos saberem era um atleta, adorava artes marciais e treinava com Priscilla na academia dela, onde havia quase todos os tipos de lutas e esportes. Priscilla por sua fez era faixa preta de Jiu-Jitsu, adorava treinar todos os outros estilos, sempre foi apaixonada pelo Mixed Marcial Artes – MMA. Sem pensar duas vezes e já imaginando o motivo da visita de Priscilla chamou para que ela adentra-se a sala de aula.
- Faça-nos companhia senhorita Priscilla Vasconcellos.
Priscilla entrou na sala sobre olhares e olhares, e com uma cara não muito feliz. Priscilla não era do tipo de pessoa que andava por ai desperdiçando sorrisos. Com toda a intimidade de companheiro de treinos e aluno Priscilla comprimento Cláudio, chamou-o por seu apelido muito baixo, onde somente os dois escutaram e ele a tratou como a Mestra que é. Devidos respeitos prestados...
- Então senhorita Vasconcellos, diga-nos o que faz por aqui?
- Primeiro a próxima vez senhor Cláudio que o senhor me chamar de senhorita Vasconcellos e u vou quebrar o seu braço.
Os dois riram rapidamente enquanto a sala olhava-os com cara de assustados, logo o senhor Cláudio tratou de explicar.
- Calma pessoal, não é o que estão pensando. Priscilla, explica para eles.
- Bom pra começar. Satisfação sou Priscilla Bhelfmort. Tenho quase certa que alguém queria saber meu sobre nome.
E saiu com a moto desaparecendo na estrada em questão de segundos.
....
No dia seguinte, um tanto quanto com raiva e intrigada Fernanda seguiu para a Faculdade, saberia que encontraria com Mauricio, que viveria tudo aquilo de novo. No entanto, ela não parecia tão afetada com o final do romance e o tratou friamente, porém, não deixaria que isso afetasse qualquer possibilidade de amizade entre os dois, nesse ponto ela se mostrava muito madura.
- Onde você se meteu ontem Nanda? Eu tentei te ligar.
- Eu fiquei com raiva depois que falei com o canalha do Mauricio e desliguei o celular.
- Ta, mas onde você estava, nos te procuramos. Você é louca?
- Eu fui parar em um lugar estranho.. Aconteceu muita coisa estranha na noite passada não quero lembrar.
- É depois que você sumiu o Mauricio disse que a maior parte daquele lugar é de viadinhos.
- É eu notei.
- E ai, pegou alguma sapatão daquelas que usa cuecão?
- Para com isso, nem é assim. É um pouco.
- Tanto faz. Diz-me, como você chegou em casa?
- Foi meio estranho... É que...
Antes mesmo que ela terminasse a frase ouvisse um barulho alto de moto. Fernanda olhou umas duas vezes sem acreditar, parecia com a moto da menina que tinha levado ela em casa, mas como poderia ser? Talvez fosse somente algum dos alunos que tinham uma moto parecida com o daquela menina. Porém, não foram só os olhos de Fernanda que se voltaram para Priscilla, foram os olhos de todos enquanto ela se dirigia ao estacionamento da faculdade. Com seu traje rockeira de sempre Priscilla passou por todos sem dar muitas satisfações... Enquanto olhava por cima de seu raybaw. Priscilla passou do lado de Fernanda e sussurrou...
- Olha quem temos aqui.
Fernanda parecia que tinha tomado uma surra se tremia toda, parecia estar com medo de Priscilla, será que aquela garota tinha seguido ela até a faculdade, será que.. Mil e uma possibilidades lhe surgiram à cabeça....
- Desde quando você a conhece Fernanda?
- Ela?
- É.
- Não conheço.
- Ela me pareceu falar com você.
- Comigo mesmo não.
- Ta.
- Quem é ela afinal?
- Só o que especulam, ela não é uma pessoa muito sociável.
- E o que especulam sobre ela?
- Que a família dela é dona da maior parte da universidade, porém ela não gosta de se envolver nos negócios da família e se vira sozinha. Dizem que ela já trancou uns três cursos diferentes e agora ninguém sabe o que ela está cursando, ela nunca quis nem mesmo se envolver nos cursos daqui. Dizem também que ela já foi pro reformatório e que faz o tipinho rebelde sem causa, manifestações e afins. Sem contar que ela não é muito inteligente, educada ou qualquer outra coisa.
- Nossa você tem sempre a Fiche de todo mundo mesmo em Bruna.
- Temos que ser informadas.
Enquanto corria por ruas que nem mesmo sabia onde dariam, Fernanda olhava com repudio para qualquer cara que lhe aparecia na frente, ela havia entrado no lado colorido da cidade, nos cantos casais homossexuais, para ela seria melhor ser cega.
- Não vou voltar com você e nem quero ouvir sua voz Mauricio, me esquece.
Fernanda percorria todo aquele lugar desesperadamente, querendo fugir daquelas visões, querendo chegar ir para casa. Era tudo em vão, o lugar era como um labirinto, somente quem o conhecia sabia andar por ali. Fernanda ficou cada vez mais desesperada, buscando qualquer jeito de sair dali. Em um momento não agüentou mais, sento e chorou.
- Me deixem em paz, por favor...
....
- Colega, você está bem?
- Não quero papo sapatão.
- O que? Você está ficando maluca garota? A quer saber eu to indo embora, boa sorte ai com “a” Carlão.
- Não, espera. Desculpa, é que elas me assustaram.
- Ok. Mas saiba que as coisas não funcionam assim, você não pode ofender quem quiser.
- Já pedi desculpas, então.
- Nossa sempre assim? Você não é daqui né?
- Não. Perdi-me.
- Vem. Te levo pra casa.
- Ata, acha mesmo que eu vou subir na garupa de uma pessoa que eu nem conheço?
- Se prefere ficar aqui.
Priscilla ameaçou a arrancar com a moto.
- Não espera.
- Se o pobre é conhecer. Satisfação, Priscilla.
- Priscilla de que?
- Ai você quer saber demais, vai querer a carona ou não?
- Sim. Eu moro longe.
- Eu te levo, a não ser que você esteja com muito medo de ser contaminada. Seu olhar de reprovação não para de percorrer os casais que estão na rua.
- Não entendo essa gente.
- Satisfação, também sou essa gente, agora sobe logo e vamos...
Alguns minutos e muita velocidade depois, Priscilla chega com Fernanda o mais perto que ela deixou que chegasse da casa dela. Priscilla estacionou a moto, tirou o capacete e Fernanda olhava para ela com uma cara diferente naquele momento.
- Bem, está entregue. Até qualquer reencontro..
Priscilla não era muito de fazer cena, não era muito de conversa e até aquele momento ela ainda não tinha gostado daquela garota fútil e homofobica, só sabia que devia ter ajudado-a e mais nada.. Logo ela acelera a moto como quem fosse arrancar com ela, no seu estilo sou rockeira mesmo e daí, o contraste do preto com os detalhes prata de sua RR chamavam atenção, os seus cabelos eram longos e lisos, se parecia um pouco com Fernanda. Tinha os olhos castanhos escuros e um rosto misterioso.
- Calma você não quer nem saber o meu nome?
- Não.
- Como assim não?
- Assim: Não.
- Mas..
- Você tem que deixar de ser tão fútil e começar a ver a vida de verdade, o mundo não gira ao seu redor. Agora que eu sei que você está bem...
“E o que o ser humano mais aspira é tornar-se ser humano”
Clarice Lispector
De fato os meninos conheciam muito bem o local, e as meninas que freqüentavam o local, estavam uns encantados com as dançarinas, outros com o pudor de suas respectivas namoradas. Mauricio, no entanto, parecia não ligar muito para Fernanda, algo não muito típico, o lugar o consumia. Entre doses e doses de tequila e afins, aconteceu o que Fernanda não merecia ver, ao voltar do bar se depara com Mauricio se agarrando com uma menina, não muito bonita, e saiu em disparada sem nem saber para onde.
....
- Camila, a balada já deu pra mim, to indo embora.
- Que isso Pri, fica mais um pouco ai, ou vai deixar as meninas carentes aqui.
- Sabe que eu não gosto que me chame de Pri. Deixa de ser besta Camila, amanhã eu tenho que resolver minha vida, melhor eu ir.
- Você que sabe, eu vou ficar mais um pouco.
Priscilla. Garota encrenca, garota encantadora, garota misteriosa. Qualquer uma descrição ou mesmo todas essas iriam defini-la bem, seu estilo era inigualável, usava qualquer coisa que lhe fizesse bem e não se importava com o que pensavam dela. Sempre foi a menina anti-social, a menina nerd e a moleque. No caminho para buscar sua moto, Priscilla se depara com uma cena um tanto quanto suspeita e estranha, um grupo de três ou quatro garotas estavam meio que rodeando algo, como ela tinha mesmo que buscar a moto aproveitou para ver o que se passava. As garotas mexiam com uma menina, que parecia chorar incontrolavelmente. Priscilla não pensou duas vezes e se meteu na historia naquele momento ela devia se achar a super poderosa.
- O que ta acontecendo?
- Não se mete não.
- Deixa a menina em paz, não estão vendo que ela está chorando.
- Fica quietinha Priscilla.
- Sabia que você tinha que está no meio Carlão.
- Esse não é seu assunto.
- Pode se tornar meu se você quiser, ou acha mesmo que eu só posso acabar com você em um tatame?
- Você é uma só Priscilla.
- E agora você virou uma covarde? Só a deixa em paz, agora está comigo.
Priscilla não era nenhuma assassina, nenhuma super heroína ou qualquer outra coisa do tipo, mas o pessoal da boite sempre soube que ela era dá paz, porém, não mexiam com ela por ter muitos “amigos” no meio das lutas que praticava.
....
Assinar:
Comentários (Atom)